
A osteoartrose também denominada artrose, osteoartrite, artrite degenerativa ou hipertrófica é o tipo de atrite que mais afeta a população, diminuindo a qualidade de vida de milhares de pessoas. É um dos problemas de saúde mais comum em indivíduos de meia-idade e idoso, sendo uma causa importante de afastamento do trabalho e de aposentadoria precoce. Esta doença acomete principalmente o joelho, mão, quadril e coluna vertebral, regiões importantes para independência do indivíduo. Na osteoartrose ocorre à degeneração articular, havendo desgaste da cartilagem articular (estrutura que cobre ossos), alterações nos ossos (ficam mais rígidos e formam osteófitos), diminuição do líquido que lubrifica a articulação, inflamação e fraqueza dos músculos e ligamentos que estabilizam a articulação (desalinhando e gerando instabilidade na articulação), diminuição do líquido que lubrifica a articulação, redução do espaço articular e movimento (devida contração de ligamentos, cápsulas e músculos, por diminuição do uso da articulação). Com o tempo também podem acontecer alterações na sensibilidade motora e posicional (propriocepção). Caracteriza-se por dor, rigidez, contraturas musculares, perda da mobilidade, fadiga generalizada e pequena capacidade aeróbica. Atualmente existem diversas formas de tratamento para a osteoartrose, sejam nutricionais, cirúrgicas ou educativas. O método Self-Healing de Meir Schneider tem se mostrado eficaz na reeducação corporal dos indivíduos portadores desta patologia levando a regressão dos sintomas e ensinando estas pessoas como lidar melhor com seu corpo para evitar a piora. Também o método ajuda na prevenção da doença. O trabalho corporal no Self-Healing com este tipo de paciente visa melhorar a circulação sanguínea e do líquido sinovial, proporcionar o reequilíbrio muscular, ativar o sistema nervoso parassimpático, aumentar o espaço articular, quebrar o padrão do movimento tenso e usar músculos específicos do movimento desejado. Para isto usamos as seguintes técnicas: Massagem: Toque sensitivo específico, o qual estimula o fluxo sanguíneo e ajuda a dispersar o líquido acumulado, reduzindo o inchaço e amolecendo a cartilagem. A massagem também contribui para o relaxamento muscular diminuindo a tensão que recai sobre a articulação e ajudando no melhor funcionamento da musculatura. O relaxamento proporcionado pela massagem estimula o sistema nervoso parassimpático (SNP), assim como a respiração profunda e os exercícios lentos também o estimulam. Alguns toques que podem ser utilizados neste caso são:
Tapping - batidinhas suaves e rápidas sobre a articulação e musculatura ao seu redor;
Rolamentos pequenos - nos mesmos locais;
Shaking - leves balanços na musculatura tensa.
Compressas: Utilizar compressa de água gelada / gelo sobre a articulação inflamada colabora para reduzindo o edema e a inflamação, diminuindo a dor e facilitando o movimento. Já compressa quente sobre os músculos tensos promove o aumento da elasticidade e flexibilidade destes, devido ao relaxamento das fibras musculares. Deve-se conhecer bem o cliente para saber que compressa aplicar e em qual momento do processo. Há casos de pessoas sensíveis ao frio ou que não gostam deste, cuja compressa gelada proporcionará muito desconforto, não sendo benéfica. Respiração Profunda: A respiração profunda leva a uma melhor oxigenação de todas as células, aumento da circulação e relaxamento generalizado; fazendo com que todo organismo funcione melhor, diminuindo a fadiga. Movimentos Suaves:
Os movimentos delicados, lentos e sem dor (por menor que sejam) promovem melhor circulação e aumento desta na articulação, aumento do líquido que lubrifica a articulação (líquido sinovial), evita que se instale um quadro de rigidez e contratura. Repetindo-se várias vezes estes exercícios há o aumento da amplitude de movimento e o cérebro aprende que pode realizar movimentos sem dor e esforço, de forma relaxada. Os movimentos suaves em conjunto com a massagem proporcionam reequilíbrio muscular e melhor propriocepção. Visualização: A visualização de movimentos suaves ajuda o cérebro reaprender como realizá-los, muitas vezes estas pessoas têm dificuldade em realizar o movimento lento e suave mesmo na visualização. Alongamento: Estes exercícios junto com as técnicas descritas acima proporcionam aumento do espaço articular. O alongamento também possibilita ao músculo obter mais força, pois aumenta sua elasticidade, aumentando sua capacidade contrátil. Quebra de Padrão: Estes exercícios levam a pessoa usar o corpo de forma diferente, utilizando músculo que não estava acostumada a usar, fortalecendo estes (de forma suave através da repetição) e diminuindo a tensão sobre os que costumavam a usar. Exercícios na Água: Realizar os exercícios dentro d’água, sem precisar lutar contra a força da gravidade e a qual oferece uma resistência agradável, diminui o estresse sobre a articulação e aumenta a eficácia dos movimentos. A água quente tem mostrado resultados benéficos, pois proporciona relaxamento da musculatura e flexibilidade dos tecidos. Já no caso de apresentar inflamação ou inchaço, muitas pessoas têm obtido melhores resultados na água fria. Na minha prática profissional, tenho podido constatar os efeitos benéficos do método com portadores de osteoartrose. Um dos casos foi uma paciente com artrose nos joelhos, na faixa dos 50 anos. Começou-se, nas primeiras sessões fazendo-se massagem, com a pessoa de barriga para cima (decúbito dorsal - DD), na musculatura ao redor dos joelhos, para soltá-la, e na articulação, visando aumentar a circulação e diminuir o edema. Foram feitos movimentos circulares com os joelhos (paciente decúbito ventral - DV), na amplitude que não sentisse dor, sendo realizado um micromovimento. Então, paciente em DD, foram realizados círculos com os quadris e tornozelos, primeiramente passivos procurando transmitir leveza no movimento e depois ativo, lenta e suavemente como foi o passivo. Além de massagem para soltar a musculatura ao redor destas articulações, inclusive durante o movimento ativo. Em seguida em DD, fez novamente círculos com os joelhos, percebendo-se o movimento mais solto e um pouco mais amplo. Foram feitos também círculos com os joelhos estando a pessoa sentada. Também trabalhamos a visualização juntamente com os movimentos circulares. Fazia o movimento ativo, depois parava e visualizava o movimento mais leve, harmônico e mais amplo. Após um tempo de visualização, retornava ao movimento ativo. Verificou-se neste caso como em outros, a dificuldade da pessoa em visualizar o movimento lento, pois não possuía esta representação mental. Então, como poderia ser executado o movimento mais devagar e relaxado? À medida que se foi trabalhando movimento conjuntamente com visualização, começou-se a reconstruir mentalmente o movimento lento e este começou a ser realizado. Após os exercícios era feita compressa com toalha molhada em água gelada por cerca de 20 min., nos joelhos. Com o tempo, continuou-se fazendo as massagens, os movimentos circulares e a compressa de água gelada, mas foram acrescentados outros exercícios. Era realizada diariamente 1 h. de exercícios em casa. Foram feitos círculos com as demais articulações do corpo, assim para soltar outras regiões tensas (ex. as costas). Realizou-se alongamento para musculatura posterior das pernas (panturrilha e isquiotibiais), iliopsoas, quadríceps e paravertebrais. Foram realizados outros exercícios de visualização, tais como: imaginar cada articulação crescendo com a inspiração e diminuindo com a expiração; visualizar durante os alongamentos que os músculos ao redor das articulações ficam mais longos e moles, distanciando-se os ossos e ocorrendo aumento do espaço articular. Com a diminuição do edema, foi feita compressa de água fria na articulação e água quente nos músculos tensos. Quando ela podia ir a piscina, fazia exercícios dentro da água fria, o que ajudava diminuir o edema e dor. O exercício em DD de girar a cabeça para os lados, abrindo e fechando a boca, enquanto as pernas com joelhos dobrados e pés apoiados, caem para o lado contrário da cabeça, e os braços fazem círculos, estando os cotovelos apoiados (mexe em círculos dos cotovelos para baixo), tudo lentamente, contribuiu para ativar o SNP. Assim, como o treino da respiração profunda, por ex. inspirar contando até 5 e expirar contando até 8; ir aumentando a contagem aos poucos. Realizou-se outros exercícios do capítulo respiração. O trabalho respiração foi importante, pois como estava acostumada com a respiração curta, não sabia como mexer o abdômen durante a respiração. Após aprender a respiração profunda a sensação de fadiga diminuiu bem. Foi treinado também andar para trás e para os lados. Além de caminhar pensando que os pés que puxam e empurram as pernas. Isto ajudou a quebrar o padrão da marcha e esta começou a ser mais equilibrada e suave. Estes foram alguns dos exercícios que trabalhamos para entenderem melhor este tipo de trabalho. Com o tempo ela tomou maior consciência do seu corpo e aprendeu como lidar com ele. Percebeu os esforços físicos e as tensões emocionais que pioravam seus sintomas e como fazer para retornar ao estado mais saudável e sem dor. Tenho observado que outras pessoas com artrose têm certas dificuldades em comum com as relatadas aqui: respiração curta, não ter a imagem mental do movimento suave e lento, desequilíbrio muscular (músculos tensos e outros fracos), diminuição da circulação sanguínea e sinovial, realizar o movimento com os músculos proximais ao invés dos distais, movimento mais rígido também nas articulações vizinhas a referida. O princípio do trabalho é similar a este. Nos braços o indivíduo pode visualizar e pensar durante o movimento: que são os dedos que levam o braço para pegar o objeto e depois que são os dedos que o trazem. Se a pessoa se empenhar e passar ser agente da saúde, ao invés de esperar que o exterior faça por ele, conseguirá ótimos resultados.
Instrutora do Método Meir Schneider Self Healing®
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